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Allegro - DOMINGO, 25 DE JANEIRO DE 2015



As Ilhas de San Blas são mais de 300, espalhadas ao longo da costa nordeste do Panamá. Segundo o guia, são únicas no Mundo em vários aspectos. Pertencem ao Panamá, mas são administradas pela tribo indígena dos Índios Guna, que, de todas as tribos das Américas, são os que melhor preservaram a sua cultura e tradição. Têm zonas de floresta virgem intocada ainda, e são um local de cruzeiros de veleiros de uma beleza incrível.

As ilhas e o território adjacente constituem a Guna Yala. Os Gunas não dividem a terra em propriedades individuais. Aceitam os estrangeiros que os visitam, mas proíbem que se instalem em permanência, ou que casem com Gunas. Os estrangeiros não podem comprar terras ou investir na Guna Yala, embora sejam aceites donativos. Os Guna são de estatura pequena, bem proporcionados, saudáveis e cheios de energia. São pacíficos, não agressivos.

São uma nação determinada, organizada e unida, com uma hierarquia rigorosa de chefes tribais. Cada aldeia tem 3 “sailas” (chefes) que constituem a autoridade máxima da aldeia. Três “Caciques” ou chefes máximos regem a nação como um todo, cada um representando a sua parte da terra. Destes, um será eleito chefe supremo da Nação Guna. Os “Sailas” são mais do que chefes políticos. São também detentores da espiritualidade, poesia, conhecimento médico e história Guna.

Os Guna não sofrem de stress. Levantam-se antes do nascer do sol, metem-se nos seus caiaques “ulu” e remam até ao continente, onde chegam com o nascer do dia. Alguns ainda têm uma caminhada de cerca de 1 hora, para trabalharem na colheita de banana, outra fruta, lenha e cana de açúcar. Pela uma hora regressam à ilha. O resto do dia é passado a descansar, a pescar, ou a velejar no “ulu” com a família. À noite, passam algum tempo no “congresso” e deitam-se cedo.

A sociedade Guna é uma sociedade matriarcal. As mulheres controlam o dinheiro , e os maridos mudam-se para o agregado familiar da mulher quando se casam. Muitas vezes são as mulheres que escolhem os maridos.

As aldeias Guna são pitorescas, limpas, e confundem-se com a floresta circundante. As cubatas são feitas de materiais renováveis, de crescimento rápido. O chão é ligeiramente elevado, de terra compactada, e as paredes são de canas. o tecto é artisticamente trabalhado com uma folha de palmeira especial. não utilizam pregos, mantendo tudo unido com materiais naturais da floresta. De forma notável, o interior das cubatas continua completamente seco quando chove. Esses telhados duram em média 15 anos. No interior não há móveis, apenas redes penduradas.

Numa aldeia típica há 2 cubatas maiores. Uma é o “congresso”, onde se reunem diariamente ao fim do dia; os “sailas”, guardiões do conhecimento Guna, balançando-se nas suas redes; à volta deles há 2 anéis de pessoas - num anel interior sentam-se as mulheres e as crianças, e no exterior, os homens adultos. Toda a gente tem oportunidade de exprimir queixas ou ideias. A outra é uma cubata onde se realizam cerimónias de carácter espiritual uma ou duas vezes por ano

O principal suporte da economia Guna são os cocos. Até há poucos anos, os cocos constituíam a moeda de troca. Os cocos são comprados pelos barcos colombianos que, em troca, trazem mantimentos. A Guna Yala exporta lagosta, caranguejos, e polvo. As mulheres vendem “molas”, panos coloridos com desenhos por vezes muito elaborados, de peixes, aves, e outros animais, feitos com pedaços de tecidos que são cosidos entre eles. São o artesanato mais famoso do Panamá.

Na sexta-feira, 23 de Janeiro, fomos de dinghy para a Ilha dos BBQ. Aí, deparámos-nos com uma mesa grande de madeira, com bancos de madeira corridos, uma relva aparada, e uma cubata onde se vendiam cervejas, cocos, e “molas”. Noutro local preparava-se já um fogo para fazer os grelhados. A água transparente e turquesa, a areia muito branca. Uma maravilha. Todas as tripulações participaram no convívio, trazendo comida dos seus barcos. Alguns trouxeram peixe que tinham pescado, para grelhar; outros tinham comprado caranguejos grandes que foram igualmente grelhados. Nós, juntamente com as tripulações do “A Plus 2” e do “Juno” tínhamos encomendado lagostas (bem pequenas, por sinal) e uma salada de búzios e polvo, e almoçámos juntos.
Foi um dia muito agradável, de convício e banhos e passeio pela ilha, que era pequena, mas muito agradável. Foi um dia bem passado!

No Sábado, 24 de Janeiro, levantámos âncora e velejámos para outro conjunto de ilhas, “Coco Bandero Cays” - outro local muito bonito, onde passámos o dia a banhos e descanso. Ao final do dia fomos à ilha maior, onde assistimos à venda de “molas” pelas mulheres Guna. Muito bem dispostas, muito persistentes, ficaram muito contentes com o negócio. Algumas delas falavam espanhol, o que facilitou a comunicação. Vestem-se de cores tão garridas como as “molas” que vendem. As chefes usam um piercing de ouro no nariz. Os homens estavam afastados, junto à entrada das cubatas, a assistirem ao negócio das mulheres.

Domingo, 25 de Janeiro
Velejámos para oeste, para a ilha de Chichime, onde foi o “Rendezvous” da WARC. Cada barco cozinhou um prato para levar, e foi muito simpático e curioso provarmos a comida de vários países num só almoço! As bebidas vendiam-se em terra.
O Paul Tetlow fez uma reunião agradável sobre o que nos esperava nos próximos dias. Passou-se muito bem mais este dia de convívio entre tripulações. O banho de mar no final foi uma maravilha.



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