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Allegro - TERÇA-FEIRA, 17 DE MAIO A QUARTA-FEIRA, 25 DE MAIO DE 2016



Largámos na manhã do dia 17, dentro da baía junto à cidade de Saint George, na Bermuda, com vento exactamente pela proa. Um espectáculo, todos aqueles barcos à vela a percorrerem o canal até ao mar aberto. Só não perfeito porque o vento era mesmo pela proa.
Estava um dia de sol, vento de 12 nós, uma bolina inicialmente. O vento rondou de NE, para ESE, e finalmente SE toda a noite. Muitas nuvens durante a noite, mas ainda sem chuva. A pressão atmosférica estava nos 1027 quando largámos, e foi baixando progressivamente até aos 1018 dois dias depois, ficando o tempo sempre encoberto, ainda sem chuva.
No dia 20, às 0400 h da madrugada (porque é que tudo acontece sempre pelas 04 da madrugada?) entrou uma vaga grande, súbita e inesperadamente, para o poço. Daí passou para o salão, e escorreu pela parede da parte de trás da cozinha, onde fica o quadro eléctrico geral. Aparentemente não foi até à casa das máquinas. Como consequência, cerca de 30 a 60 min depois, o gerador ligou-se sozinho tendo que ser parado com o corta-corrente respectivo (o quadro electrónico do gerador deixou de responder). Apesar de se ter limpo o quadro, e ter aplicado o spray adequado, cada vez que, mais tarde, se ligava o corta-corrente, o motor de arranque do gerador começava a trabalhar. Ficou em curto-circuito. E, assim, ficámos sem possibilidade de utilizar o gerador para carregar baterias e para ter 220V. O que significa que deixámos de poder usar o dessalinizador para fazer água, que está agora sob racionamento. A loiça passou a ser lavada apenas com água salgada, e foi restringida a água que usávamos sem grande preocupação de economia… Felizmente que, na véspera, tínhamos praticamente enchido o depósito grande de água. E, para beber, há muita, muita água engarrafada a bordo…
Na tarde também de dia 20 caiu a primeira grande carga de água, o que aconteceu em simultâneo com um aumento súbito do vento de 24 para 34 nós, rondando de SW para W, voltando mais tarde para S, e uma trovoada intensa, em que a um dos relâmpagos se seguiu imediatamente o trovão, não nos dando tempo de contar nem até 1. Muito próximo mesmo!… E desagradável, fazendo-nos lembrar o Garlix que de Richards Bay para Cape Town foi atingido por um raio e teve que seguir até à Cidade do Cabo sem electrónica (onde foi totalmente substituída). Muito provavelmente estas alterações foram provocadas pela passagem de uma frente.
No dia 21, vento de NW pelos 20 nós durante a madrugada e manhã, depois 14, 12, 10… A pressão atmosférica voltara aos 1024. Às 02h da madrugada de dia 22, tivemos que ligar o motor. Assim ficou até às 16h, altura em que foi reaparecendo algum vento, que se tornou mais consistente durante a noite e se manteve todo o dia até à madrugada de dia 24. E então praticamente desapareceu. A pressão chegou aos 1032, estávamos mesmo no centro da zona de alta pressão, como vimos na meteorologia que recebemos nesse dia. Um dia com muito pouca progressão, e algum motor. Não queríamos abusar do motor porque as previsões para os próximos dias não iam além dos 10 nós, o que muitas vezes quer dizer menos de 10, o que para o Allegro é pouco… E ainda nos faltam muitas milhas.
Entretanto, boa notícia, já passámos o meio caminho desta perna, ontem de manhã. O que é animador!…
Hoje, dia 25, às 02 da madrugada, o turno acabou com o motor ligado e apenas 6 nós de vento de WSW, o que foi registado no livro de bordo. Quando se estava a passar o turno ao tripulante seguinte, que estava a entrar, começou a surgir uma brisa, e aí estavam 8-10 nós de vento, de WNW. Foi desenrolada a genoa, parado o motor, e o barco ficou a fazer 5.6 a 6.0 nós com esse ventinho, porque entretanto uma corrente favorável resolveu também empurrar-nos para a frente. E já é quase meio dia, e para a frente continuamos!
As “grib files”, que mandamos vir por e-mail (satélite), têm-se revelado certas, são uma ajuda preciosa.
Nos últimos dias temos posto na água as amostras “garantidas” de Savu-Savu, mas ainda não houve nenhum peixe que lhes mordesse.
E a comida continua a ser óptima a bordo, com o Rui a fazer o almoço para ele e para o Luís, e a Manuela a fazer a sopa do jantar para os três. Ao almoço, desde há muito tempo que faço dieta (para aí desde a Austrália…), porque com o tipo de cozinha do Rui não parava de engordar e tive que me começar a defender…


MA+LA

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